• As falsas verdades da tradução literal

    Recentemente li um excelente artigo no jornal na Folha de São Paulo que gostaria de comentar aqui pois, na minha opinião, ele fala muito da nossa cultura através do uso de uma satírica tradução literal em inglês. Porém, ainda não recebi nenhuma resposta à autorização solicitada para reproduzi-lo em meu blog. Enquanto aguardo, decidi aproveitar a efervecência da Copa do Mundo e as consequentes relações que os brasileiros estão estabelecendo com estrangeiros através desse evento planetário e comentar um outro artigo bem divertido publicado no jornal carioca O Globo. Meu interesse em comentá-lo aqui é o de mostrar até que ponto traduções literais, feitas com a ajuda de um dicionário ou de tradutores automáticos na internet, podem não significar absolutamente nada e até mesmo criar falsas verdades.

    Esse artigo fala do esforço que alguns restaurantes do Rio estão fazendo para receber bem seus clientes ao ensinar pequenas frases em inglês aos garçons e também ao traduzir seus cardápios. A intenção é excelente, mas o resultado da tradução feita, segundo o artigo, pelo google é incompreensível para quem não fala português, ou melhor, para quem não conhece os pratos oferecidos mesmo que sejam luso falantes.

    Depois que li o artigo, disse para mim mesma que esse tipo de iniciativa pode, inclusive, engendrar falsas verdades que serão mais tarde divulgadas sobre todo um povo. Um exemplo? Quando "cupim ao molho de laranja" é traduzido por "termite in orange sauce", o turista deixará o país convencido que brasileiros comem e servem insetos em seus restaurantes. O que, em si, não é chocante, já que em muito lugares do mundo insetos são consumidos e representam uma grande fonte de proteína, mas não deixa de contribuir para a criação de falsos estereótipos.

    Confesso que egoistamente fiquei feliz porque isso tudo vem confirmar o que nós, tradutores, já sabemos: não há nada que substitua uma tradução feita por um ser humano, real e pensante! 

    Vejam aqui outros exemplos:

    Batata corada - Brunet potato

    Bobó de camarão - Shrimp bobo

    Baião de dois - Baião two

    Camarão à paulista - Shrimp to the São Paulo

    Carne bem passada - Steak well passed

    Carne de sol - Sun meat

    Churrasco misto - Barba kill mixed

    Contra-filé - Against filet

    Cupim ao molho de laranja - Termite in orange sauce

    Escondididinho - Surprise

    Filé à Oswaldo Aranha - Filet Oswald Spider

    Frango à passarinho - Chicken the bird

    Gravatinha ao sugo - Gravatinha to suck

    Lasanha à bolonhesa - Lasagna the bolognese

    Língua à americana - The American language

    Linguiça à mineira - Sausage to mining

    Pão com frios - Bread with cold

    Peixe namorado - Boyfriend fish

    Peixe à moda da casa - Fish to fashion house

    Queijo minas - Cheese mine

     

    Para os interessados em ler o artigo na íntegra:

    http://oglobo.globo.com/rio/yes-nos-temos-menu-12867627#ixzz34mTPGf1g

    « Le hangul et la langue coréenneDesculpa qualquer coisa »
    Partager via Gmail Yahoo! Blogmarks

  • Commentaires

    Aucun commentaire pour le moment

    Suivre le flux RSS des commentaires


    Ajouter un commentaire

    Nom / Pseudo :

    E-mail (facultatif) :

    Site Web (facultatif) :

    Commentaire :