• A onipresente publicidade

    Publicidade no blogQual não foi minha surpresa ao me deparar com publicidades em meu blog quando estive por aqui outro dia. Confesso que, envolvida com alguns afazeres domésticos e maravilhada com a chegada da primavera que me transporta mentalmente alhures, não tenho vindo muito por aqui. Não sei desde quando a publicidade tem sido veiculada.

    Entrei, então, em contato com os meus hospedeiros para saber o que estava acontecendo. Gosto deles. Estão sempre atentos a nossos pedidos e observações, são solícitos e simpáticos. Desde que meu precedente blog sobre a Coreia terminou de um dia para outro devido a problemas financeiros, considero essa relação importante. Ficaria triste em perder o conteúdo deste e me afastar dos fieis leitores que têm acompanhado meus états d'âme, minhas preocupações e alegrias referentes à tradução e reflexões sobre diferenças culturais.

    Faz tempo que recebo propostas para autorizar a publicidade nesse blog que relutava em aceitar. As razões são diversas. A primeira é estética. Queria manter a classe. Alguns blogs têm tanta publicidade que o conteúdo desaparece. Mas as razões menos aparentes e mais profundas são filosóficas. Detesto como o mundo vem se mercantilizando de uns tempos para cá. Talvez eu seja ingênua demais, sonhadora, não sei, mas o fato de tudo ter que passar pela publicidade, pela imagem, pelo comércio, pela compra e venda, me desola profundamente. Muitas vezes me sinto um cifrão. Recebo mais mensagens eletrônicas de comerciantes do que de amigos. Na minha caixa de correios recebo mais contas e propaganda do que cartões postais. Muita gente hoje se vê pelo que tem e não mais pelo que é. Infelizmente é também através desses critérios que essas mesmas pessoas julgam os outros. Que papo careta, né? Mas é assim que sou e vejo o mundo. Tenho uma aparência bicho-grilo meio fora de moda que me recuso a mudar; recuso-me também a alisar meus cabelos encaracolados apesar das insistentes tentativas do meu cabelereiro; troco de eletrodomésticos quando os nossos estão realmente pedindo socorro; reciclo todo o lixo suscetível de ser reciclado; recupero a água da chuva para regar as plantas e, como se não bastasse, transmito isso tudo a meu filho. Detestaria que ele quisesse se vestir com roupas de marca e entrasse nessa onda da aparência uniformizada que enriquece uns poucos e frustra muitos.

    E como recusei a parceria comercial todos esses anos, meus hospedeiros estão agora impondo a publicidade em blogs como o meu, ou seja, gratuitos. Compreendo as razões que os levaram a isso. Meu blog é um hobby, o trabalho deles não é. Eles disseram que vão manter o design e colocar anúncios relacionados ao seu tema. Meno male. Vamos ver. Se bem que, hoje, tinha um anúncio de preservativos. Embora eu seja uma defensora do uso de preservativos para lutar contra a aids, doenças venéreas e gravidezes indesejadas, peço aos leitores que façam o devido discernimento.  

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