• Seollal ou Ano Novo Lunar

    Comemorou-se, há alguns dias, o que chamamos no ocidente de Ano Novo Chinês, ou seja, a celebração da passagem do ano de acordo com o calendário lunar.

    Na Coreia do Sul, esse evento chama-se Seollal e é uma das maiores festas nacionais, junto com a Chuseok, sobre a qual falarei mais tarde e o aniversário de Buda no dia 12 de maio.

    A Seollal dura três dias, a partir da véspera do Ano Novo propriamente dito que em 2013 caiu no dia 10 de fevereiro. Nesse dia, as famílias vestem-se com trajes tradicionais e reunem-se para preparar as oferendas que serão usadas nos rituais celebrando os ancestrais. A refeição tradicional é composta de vinte diferentes pratos, sendo a sopa de bolinhos de arroz e a carne de boi os pratos centrais. Após a cerimônia, a família janta junto o que foi oferecido aos seus ancestrais, e em seguida, os jovens se prostram diante dos mais velhos que lhes dizem palavras de sabedoria como "cuide-se bem", "encontre alguém de bem na vida" etc. e lhes dão dinheiro. No final eles jogam os jogos coreanos tradicionais como o Yutnori, que na verdade é um jogo de origem japonêsa do tipo "pega varetas" e o Hwatu, um jogo de cartas. Os outros membros da família trocam presentes tais como ginseng, mel, latas de atum, shampoo, frutas que se encontram em embalagens para presente nos supermercados (ver fotos).

    Quando redigi esse artigo em 2008, iniciava-se o ano do rato. Agora, em 2013, inicia-se o ano da serpente, animal simbólico cujas características vão determinar a personalidade das pessoas nascidas sob esse signo, que são uma curiosa mistura do instinto gregário e introspectivo. Pessoas nascidas no ano da serpente são consideradas generosas e delicadas, charmosas e atraentes. 

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  • Tradutores de línguas raras

    No universo da tradução, o inglês parece ser predominante tanto como o idioma de partida (língua-fonte) quanto o de chegada (língua-alvo), fato observável não somente pelo grande número de ofertas de trabalho como também pelos diversos cursos de formação universitária ou em escolas privadas que trabalham com o inglês.

    Quando comecei a trabalhar na França, descobri que as agências de tradução ou cursos de idiomas franceses consideravam o português uma "língua rara" (apesar dos 280 milhões de falantes), o que gera algumas contrapartidas financeiras vantajosas para compensar o menor número de oferta de trabalho. 

    Na semana passada li uma entrevista muito interessante com a tradutora francesa Brigitte F. Bresson, que trabalha com o malaio, língua oficial na Malásia, em Brunei e em Singapura mas falada também na Indonésia, nas Filipinas, na Tailândia e no Timor Leste, de acordo com o Wikipédia. Acredito que apesar dos 200 milhões de falantes desse idioma concentrados no sudeste asiático, ele também seja considerado, aqui no ocidente, uma língua rara. A entrevista aborda um pouco esse aspecto, ela fala do tipo de trabalho que traduz e do seu cotidiano na Malásia, país onde reside. Achei interessante divulgá-la, para os aspirantes tradutores ou mesmo para os tradutores confirmados, não somente para uma curta - porém edificante - visão do universo literário malaio mas também para conhecermos mais um aspecto da nossa profissão.

    A entrevista está em francês, foi publicada na revista Lettres de Malaisie e pode ser lida no endereço abaixo:  

    http://lettresdemalaisie.com/2013/02/19/rencontre-avec-brigitte-f-bresson-traductrice-litteraire-en-malaisie/

    Desejo-lhes uma boa leitura!

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  • Fidus interpres

    Todos nós, tradutores, sabemos que, apesar dos esforços de sindicatos e profissionais da área nesse sentido, nossa profissão não é regulamentada o que muitas vezes torna a obtenção ou mesmo a partilha de informações bastante complicada. Quando comecei a me documentar sobre ela, um livro me foi extremamente útil pelo seu pragmatismo, por abordar temas essenciais e práticos da profissão que abrangem desde a classificação das suas diversas áreas de atividades aos mecanismos do mercado, passando pelo uso das importantes ferramentas técnicas ou questões ligadas à terminologia, incluindo outras um pouco mais subjetivas, como as representações existentes sobre os tradutores ou o que faz um bom ou um mau tradutor, todas baseadas na longa experiência de seu autor Fábio M. Said. Esse livro intitula-se Fidus interpres. A prática da tradução profissional, foi publicado em 2010 e uma segunda edição foi feita em 2011 mas será retirado de circulação em 2013. É um livro que eu definitivamente recomendo. Os interessados encontrarão abaixo os links para uma eventual compra ou para folhearem as primeiras páginas.  

    Fidus interpres

     

    Para quem se encontra no Brasil:

    https://clubedeautores.com.br

    Para quem se encontra fora do Brasil:

    http://www.lulu.com

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    Tradução editorial

    Desde que decidi me dedicar integralmente à tradução, tenho pesquisado e lido muito à respeito dessa profissão. Tenho percebido o quanto ela é versátil, muitos tradutores podem inclusive não reconhecerem-se em aspectos diferentes de um trabalho que permance, contudo, fundamentalmente, o mesmo. Digo isso porque percebi que estou tornando-me uma tradutora editorial. Embora não seja a especialização da tradução mais bem paga, é a que melhor me corresponde, em particular nesse momento da minha vida. Apesar de termos um prazo determinado por contrato para terminar a tradução de um livro, não temos aquela pressão cotidiana que ocorre quando trabalha-se para agências ou mesmo para clientes diretos que precisam, quase sistematicamente, de seus trabalhos para "ontem" e que uma pessoa não-competitiva como eu tem dificuldade em suportar. E mesmo que eu tenha, até então, traduzido livros da minha área, as ciências humanas e sociais, tenho conhecido novos autores e descoberto temas ricos e interessantes, como o livro que acabei de terminar. Falarei sobre ele mais tarde, quando já tiver sido publicado. Porém, devido à necessidade de uma grande concentração e a impossibilidade de fazê-lo sem uma distância crítica para uma releitura que somente o tempo permite, não é um ramo da tradução que pode ser exercido por aqueles que dependem financeiramente exclusivamente disso. Geralmente ela é exercida em paralelo por professores ou áreas afins. Quanto ao livro sobre o qual falarei no decorrer desse ano, ele me permitiu superar o rude inverno alsaciano com bom humor e satisfação.

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