• Antropologia e traduçãoMuitos se surpreendem com minha conversão profissional quando passei da antropologia à tradução por não conseguirem perceber um vínculo entre estas duas profissões. Eu, pessoalmente, vejo a evolução da minha trajetória profissional como uma evidência. O que seria a antropologia, ou pelo menos a antropologia cultural, senão a tradução de uma cultura em uma linguagem compreensível para uma outra cultura? E nesta categoria eu incluo não somente a cultura dominante de uma sociedade mas também uma certa cultura familiar, a cultura particular de uma determinada camada social ou mesmo aquela percebida em uma determinada empresa, objetos de estudo da antropologia contemporânea, entre muitos outros. Claro que essa é uma imagem redutora da antropologia, disciplina rica em noções e conceitos que são indispensáveis às Ciências Humanas em geral. Contudo, a atividade que exerço, hoje, reúne harmoniosamente as minhas duas paixões, aquelas às quais me dedico desde a adolescência: o francês, que comecei a aprender aos 15 anos de idade e o estudo de civilizações cujas ferramentas de observação e análise me foram fornecidas pela antropologia. Pois uma tradução literária ou científica vai muito além do conhecimento de dois idiomas. É necessário entender as diferentes tonalidades interpretativas que se escondem por trás de uma expressão, apreender o sentido dissimulado em um "falso amigo" ou mesmo o humor próprio a cada grupo particular que somente um conhecimento profundo do contexto no qual o texto a ser traduzido foi produzido pode revelar.

    A maioria dos meus amigos sabem que durante muitos anos busquei um equilíbrio pessoal através de diversas atividades profissionais. Hoje posso dizer com convicção que o encontrei.  

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  • Este livro é a reedição de parte da minha tese de doutorado em antropologia política e tem como tema central as eleições presidenciais no Brasil. Contudo, não me interessei pelo funcionamento do sistema político-partidário brasileiro propriamente dito, mas usei a campanha eleitoral como um rito revelador dos valores que codificam e organizam nossa hierárquica sociedade. Tentei me introduzir no emaranhado de significados que orientam o modo como o brasileiro percebe sua própria sociedade e legitima, através do voto, práticas políticas seculares dissimuladas sob a aparência de uma modernidade democrática. Quando surgiram tais significações? Por que elas se mantêm inalteráveis apesar de uma intensa dinâmica social? Que evento fundador fez emergir o sentido que justifica uma estrutura social injusta e moldou os contornos do Brasil de hoje? Foram essas e outras questões que tentei elucidar neste trabalho.  

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  • Dia 30 de setembro, dia do tradutorDia 30 de setembro é comemorado o Dia do Tradutor. Esse ano, o Centro Europeu das Associações dos Tradutores Literários promoveu um concurso internacional de curtas metragens intitulado Spot the translator, a fim de divulgar o trabalho do tradutor, mostrando as dificuldades e os desafios que encontramos cotidianamente assim como a importância de nosso papel na literatura. A criatividade dos participantes tornou a escolha difícil. O primeiro prêmio foi dado ao vídeo Texts don't translate themselves pela simplicidade e clareza de sua mensagem e o segundo prêmio ao curta A tradução é um trabalho difícil mas alguém tem que fazê-lo, que aborda as dificuldades as quais são confrontados os tradutores por um ângulo cômico. Ambos são excelentes. Julguem vocês mesmos:

    http://www.youtube.com/embed/SmkiDwzVY8w

    http://player.vimeo.com/video/48692107?title=1&byline=1&portrait=1

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